ORIGINAL "MARIELLLE" JEFFERSON RIB
Mariellle
30cmx40cm
colagem s/ papel
Nasceu no Complexo da Maré, conjunto de favelas da cidade do Rio de Janeiro, em 1979. Após anos trabalhando como assessora parlamentar, foi, na sua primeira eleição em 2016, a segunda mulher mais votada ao cargo de vereadora em todo o país. Foi assassinada no dia 14 de março de 2018, quando um veículo emparelha o carro onde estava a vereadora e faz treze disparos. Quatro tiros atingem a vereadora e três, seu motorista. Marielle Franco era uma mulher preta e lésbica. Lutou pelas causas femininas, pelos direitos LGBTs e por dignidade à população carente e negra do Rio de Janeiro, num combate direto à milícia carioca e ao abuso de poder da polícia militar.
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EFÍGIEde Jefferson Rib
No princípio, a carne se fez pintura. No desejo perene da humanidade em aprisionar o tempo, a representação pictórica, na sua preciosa ânsia pelo real, valera-se como instrumento para compor a imagem daqueles representados. Seja nas pinturas que a História nos reservou, seja na massa de metal esculpida em feições humanas, estejam essas num busto em praça pública ou numa moeda, há olhos vultuosos que nos enxergam sob a égide do poder.
Efígie apresenta-se também no desejo de emoldurar personagens e narrativas. Porém, a escolha da colagem como técnica principal para construir esse painel de figuras femininas tensiona a representação imaculada que a ideia de efígie sugere. Neste sentido, os retratos aqui buscam compor, sob a égide da poesia, não suas feições, mas, antes, seus simbolismos. Porque não há memória sem subjetividade. E não há colagem sem subversão.