MÁSCARA "COCA" ANDREIA PINHO

MÁSCARA "COCA" ANDREIA PINHO

Coca, 2023

19x20cm, air dry, acrílicos

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Além do Véu surge como uma reflexão sobre o Samhain ou popularmente conhecido como Dia das Bruxas ou Halloween.  Nessa data acreditava-se que a fronteira entre o mundo espiritual e o mundo físico se tornasse ténue, fazendo com que espíritos e criaturas fantásticas pudessem andar entre os vivos. Esta crença levou ao surgimento de diversos rituais, lendas, contos e objectos.  

A máscara tem um peso cultural, simbólico e ritualístico bastante amplo visto ser encontrada em todo o mundo e usada em diversos contextos como no teatro, em rituais e cerimónias. Geralmente elas permitiam aceder a universos imaginários ou planos espirituais. Os contadores de histórias usam máscaras para dar mais vida às suas narrativas, enquanto que muitos fenômenos naturais eram compreendidos através do recurso a estes objectos.  

 Os celtas acreditavam que no dia do Samhain, máscaras e fantasias ajudavam a enganar os espíritos. Estes disfarces permitiam aos humanos de passarem despercebidos e assim evitar serem perturbados por espíritos menos bondosos. Mas para além de disfarce, também era uma forma de celebrar várias entidades ligadas à fertilidade, agricultura, fogo, etc.  

Esta exposição é uma pequena amostra do universo fantástico que a Andreia Pinho tem vindo a desenvolver ao longo do seu percurso, inspirado nas diversas mitologias que tem estudado ao longo dos anos. A sua prática artística tem se focado recentemente no imaginário fantástico popular português, o que a levou a explorar o conceito de máscaras ibéricas, mas também estudar o panteão lusitano e respectivas criaturas e crenças.  

A artista selecionou alguns conceitos que liguem esta celebração com o universo fantástico português. Para além de figuras mais notórias, como a Morte ou no caso da/o Coca/o (conhecido como o antepassado do célebre jack O lantern), a Andreia quis explorar as emoções, como no caso da melancolia e assim invocar a condição humana, que, no seu ponto de vista é a origem destas superstições e rituais.  

A exposição também tem como objectivo suscitar curiosidade e interesse em conhecer mais sobre a cultura portuguesa e celebrar as suas origens e singularidade.  

A Andreia Pinho licenciou-se em Artes Plásticas- Pintura Intermédia no IPT em 2015. Em 2017 entrou em Mestrado de Artes Plásticas na ESAD que finalizou em julho de 2019. Enquanto terminava a dissertação ingressou no curso técnico de cerâmica criativa no CENCAL que concluiu com um estágio de dois meses nas Oficinas do Convento, em Montemor-o-Novo. Em 2021 finalizou a montagem do seu atelier de cerâmica na zona de Leiria, onde actualmente reside e desenvolve o seu trabalho que assume como multidisciplinar.  

Desde 2019 que se dedica à recolha e processamento de argilas. Desse processo nasceu o projecto Pelos Solos de Portugal 

Conta com diversas exposições colectivas e obras em colecções particulares.