ILUSTRAÇÃO "MOROS (FATE)" ALICE PRESTES
ILUSTRAÇÃO "MOROS (FATE)" ALICE PRESTES
Série de 3
30X40cm, digital illustration, giclée print on PC Velvet 270g/m2 paper
Coleção Moirai
Na mitologia grega o tempo era personificado sob a forma de três mulheres. Aquelas que ditavam o destino do comum mortal através do tear de um fio que delineava o espectro da vida - assim que cortado, era anunciado que havia chegado o fim.
Filhas da noite (Nyx) e irmãs da morte (Thanatos) estas três mulheres eram associadas ao Passado, Presente e Futuro.
Hoje, o tempo não tem forma. É algo que se molda consoante as vontades. Há aqueles que andam para trás, os que andam às voltas e os que vivem com pressa. No fim do dia, estamos todos presos na pequena caixinha que é o relógio nos nossos pulsos. Hoje, temos um só Deus, mas os tempos continuam múltiplos.
Clepsydra
Clepsydra é uma exposição que repensa os padrões do tempo. Do grego klepsydra, literalmente ladrão de água, mais tarde daria nome àquele que é o primeiro aparelho conhecido para a medição do tempo - cujo funcionamento conjugava força gravítica e água.
Nesta exposição o ladrão de água passa a ladrão de vida.
Surge primeiramente da distorção temporal sentida pelos artistas em altura de confinamento, um tempo irrequieto na sua quietude mas que quieto nunca correu tão rápido, quem sabe se por via da nossa própria impaciência.
Esta nova realidade levou-os à nostalgia da infância e à sensação de que aí o tempo anda sempre atrasado, seguindo com um vagar que se estilhaça quando chegamos à idade adulta.
Passa de atrasado a apressado. Em todo o caso, seja ele pronto ou delongo, sentimo-lo a escorregar diante os nossos olhos como a àgua em cilindros de uma clepsydra.
A lógica das peças aqui apresentadas rege-se por um instrumento mais contemporâneo: o mostrador de um relógio comum, como forma de contar uma história ao longo do tempo.
O colectivo de artistas percorre assim as suas doze secções, cada um com quatro obras, num registo ilustrado com as suas visões desta invevitabilidade.