ORIGINAL "IRACEMA" JEFFERSON RIB
SALDOS 10 %. Válido de 10 de jan. 2023 às 0:00 até 10 de fev. 2023 às 0:00
Iracema
30cmx40cm
colagem, acrílica e pastel s/ papel
Personagem principal do romance homônimo do autor brasileiro José de Alencar. Publicado originalmente em 1865, a narrativa de Iracema se passa durante os primeiros anos do século XVII e é uma espécie de romance de fundação da identidade do Brasil: do amor entre a indígena Iracema (nativa) e do português colonizador Martim (invasor) nasce Moacir, o primeiro mestiço, génese de uma nacionalidade brasileira. Se o romantismo literário coaduna com as questões de seu tempo, os dados históricos se alinha com a barbárie: dos aproximados três milhões de habitantes nativos em 1500, a chegada dos portugueses, a trazer doenças e “civilização”, resultou, apenas cento e cinquenta anos depois do início da ocupação colonial, numa população de 700 mil nativos. O nome Iracema é um anagrama de América.
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EFÍGIEde Jefferson Rib
No princípio, a carne se fez pintura. No desejo perene da humanidade em aprisionar o tempo, a representação pictórica, na sua preciosa ânsia pelo real, valera-se como instrumento para compor a imagem daqueles representados. Seja nas pinturas que a História nos reservou, seja na massa de metal esculpida em feições humanas, estejam essas num busto em praça pública ou numa moeda, há olhos vultuosos que nos enxergam sob a égide do poder.
Efígie apresenta-se também no desejo de emoldurar personagens e narrativas. Porém, a escolha da colagem como técnica principal para construir esse painel de figuras femininas tensiona a representação imaculada que a ideia de efígie sugere. Neste sentido, os retratos aqui buscam compor, sob a égide da poesia, não suas feições, mas, antes, seus simbolismos. Porque não há memória sem subjetividade. E não há colagem sem subversão.